A Morte de um Embaixador e Reforma Constitucional
Prof. Pedro Antonio Dourado de Rezende
Departamento de Ciência da Computação
Universidade de Brasília
3 de janeiro de 2017
Dentre as iniciativas da Auditoria Cidadã da Dívida contra o golpe
institucional iniciado com o Projeto de Emenda Constitucional 241/55 (teto de gastos públicos -- exceto para pagar juros), ajudei a
organizar um evento, realizado em 25 de novembro de 2016 no campus da UnB, que contou com a participação da ex-presidente do parlamento
grego e do embaixador da Grécia. O embaixador, que sem confirmar apareceu quase ao final, nos apoiou falando por cerca de tres minutos.
Quatro semanas depois ele desaparece no Rio de Janeiro, vítima de um
crime hediondo aparentemente passional.
A natureza e o motivo do seminário "Sistema da dívida no Brasil e na Grécia", e a íntegra das apresentações e debates, foram registrados pela TV UnB, em 1- entrevista com organizadores do seminário, e 2- vídeo da íntegra do seminário, A ex-presidente do parlamento falou em inglês, mas o embaixador -- último a falar antes das perguntas e respostas -- falou em português.
Quanto ao verdadeiro motivo para o assassinato do embaixador, em vista do que ele disse ali, surgem dúvidas, que mencionei inicialmente num debate com colegas sobre a reação de estudantes na UnB contra esse golpe. Na sequência, eis que a trama vai ficando instigante. Hoje uma matéria no portal "Giza Death Star" liga alguns pontos na cobertura do episódio:
- Uma matéria do portal "Russia Today" do dia 30/12/16 cita que o embaixador assassinado serviu antes como embaixador na Líbia, entre 2012 e 2016;
- Esse fato, parcialmente noticiado também em matéria da CBS, que mencionou a Líbia mas não o período (2012-2016). Doutro lado, a matéria do RT não menciona a esposa do embaixador como principal suspeita, detalhe destacado na matéria da CBS;
- Nesse período (2012-2016), o diplomata americano Cris Stevens, lotado em Benghazi para tocar o contrabando de armas da recém-destruida Lbia para terroristas na Síria (via turquia e bulgária, vizinhos da grécia), reclamou do Departamento de Estado (em emails à Hillary, vazados no wikileaks) que os carregamentos estavam incluindo também gás sarin, armas químicas que não estavam entre as combinadas para a missão dele (restrita a mísseis terra-ar stinger), razão pela qual ele teria sido morto por "fogo amigo" num ataque de mercenários ao consulado em Benghazi, com desdobramentos até hoje (acompanhe-os no canal youtube de George Webb);
- A matéria do Giza Death Star também menciona que as empresas de segurança privada contratadas por Trump para sua segurança pessoal mantidas para o período entre eleição e posse (ao invés de aceitar a do FBI) podem estar contratando "spetznat" (soldados das tropas de elite russas), provavelmente sem o conhecimento de Trump. A interferência russa seria de fato depois, na proteção pessoal de Trump, e não antes, para interferir na sua eleição.
Autor
Pedro Antonio Dourado de Rezende é professor concursado no Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília, Advanced to Candidacy a PhD pela Universidade da California em Berkeley. Membro do Conselho do Instituto Brasileiro de Política e Direito de Informática, ex-membro do Conselho da Fundação Software Livre América Latina, e do Comitê Gestor da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-BR). http://www.pedro.jmrezende.com.br/sd.php
Direitos de Autor
Pedro A D Rezende et. al., 2016: Este debate é publicado no portal do editor-coautor, após a concordância dos demais coautores, sob a licença disponível em http://creativecommons.org/licenses/by-nd/2.5/br/