O Retorno dos Reis do Norte e do Sul

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18 de março de 2013

Kelley Jack


Traduzido por Pedro Antonio Dourado de Rezende


"No fim do tempo, o rei do sul lutará com ele [com o anti-Cristo], e o rei do Norte se levantará contra ele , com carros e cavaleiros e uma grande frota de navios;" (Daniel 11:40a).

Várias vezes nos últimos anos mencionei minha crença de que duas forças poderosas e opostas dos tempos bíblicos estão em processo de re- emergirem para se tornarem parte do quadro cada vez mais complexo do Oriente Médio. Estes dois adversários são os chamados Rei do Norte e Rei do Sul em Daniel 11, e os acontecimentos recentes mostram que eles acabam de dar um grande passo para cumprir seu destino profético.

Meu estudo anterior sobre o assunto tem menos de dois anos e foi publicado sob o título "Os Três Reis de Daniel 11". Tem esse nome porque parece que, em seus tempos finais, os Reis do Norte e do Sul se oporão não só um ao outro, mas também se oporão ao anti- Cristo, que é chamado de "o rei que se exalta" em Daniel 11:36.

Daniel 11:5-35 é um resumo dos tempos históricos desses dois Reis que lutaram entre si pelo controle do que hoje chamamos de Oriente Médio através de várias gerações, e que eventualmente desapareceram na medida em que o império romano foi ganhando proeminência. É incrível considerar que Daniel tenha escrito sobre todos eles antes de qualquer um ter nascido, compactando mais de cem profecias historicamente documentadas nos primeiros 35 versos do que viria a ser o capítulo 11 do seu livro bíblico.

As profecias em Daniel 11:36-45 ainda são para nós sobre o futuro, e dependem do ressurgimento desses Reis ["do Norte" e "do Sul"] para ser cumprida. Eu creio que nas manchetes do noticiário atuais estamos vendo sinais de que eles estão se preparando para se erguer e tomarem suas posições no cenário dos tempos finais. O que me faz dizer isso?

Na meu mais recente estudo sobre a crise no Oriente Médio destaquei que a Arábia Saudita deu substancial assistência ao exército egípcio em suas ações bem sucedidas para a derrubada do governo. Agora sabemos também que os Emirados Árabes Unidos e o Kuwaitt também estiveram envolvidos. Mencionei que isso deve preocupar os Estados Unidos por causa da possibilidade de que esses clube de países estarem se unindo em uma confederação muçulmana sunita para se opor ao Iran. Há uma probabilidade de que eles vão apoiar e até mesmo ajudar Israel a destruir o programa nuclear iraniano. (Os EUA não se opõem a uma confederação sunita, mas têm tentado construir uma liderada pela Turquia e a Irmandade Muçulmana, em um ressurgimento do Império Otomano; Arábia Saudita e Egito tornaram-se demasiado independentes para o gosto dos EUA.)

Agora, vários serviços de notícias Oriente Médio estão dizendo que o Irã está trabalhando para construir um bloco xiita para contrapor-se a este movimento dos sunitas. Parece que este bloco será composto por Irã, Síria, Iraque e Líbano. Isso ajuda a explicar por que o Irã tem investido tão fortemente na Síria e Hezbollah. O Irã enviou bilhões de dólares em armamento avançado a ambos, e também tem milhares de soldados estacionados na Síria.

E nesta semana (de 13/03/13) a agência de notícias estatal síria SANA informou que um acordo foi assinado em Teerã pelos bancos centrais do Irã e da Síria, concedendo à Síria uma linha de crédito de US $ 3,6 bilhões para compra de petróleo. Damasco vai pagar Teerã fornecendo aos iranianos "Oportunidades de Investimento de vários tipos " na Síria. De acordo com o portal de inteligência e propaganda noticiosa DEBKAfile, o Irã está passo a passo se movendo para controlar a economia Síria e promover o seu esquema de atrair a Síria, o Iraque e o Líbano dominado pelo Hezbollah para um eventual bloco econômico xiita.

Algumas fontes vão ainda mais longe, opinando que o Irã já controla o Líbano através da sua "subsidiária exclusiva" o Hezbollah. E recentemente um clérigo iraniano ousadamente declarou: "A Síria é a 35ª província [do Irã] e uma província estratégica para nós".

Um artigo recente na revista Commentary alega que " o Irã não é apenas armando e treinando as forças armadas da Síria, tanto as regulares quanto as irregulares , mas também enviou o Hezbollah, as milícias iraquianas apoiadas pelos iranianos, e as unidades da sua própria Guarda Revolucionária para lutar contra os rebeldes sunitas. Adicione-se os bilhões de dólares que o Irã tem dado a Assad para manter o seu governo, e fica claro que se ele sobreviver a Síria será outra exclusiva subsidiária iraniana.

"Se Assad permanecer ou não se tornou uma questão irrelevante", disse um diplomata na região a Khaled Yacoub Oweis da Reuters. "O conflito é agora maior do que ele, e vai continuar sem ele. O Irã é que está dando as cartas."

E finalmente, a revista on-line Iran Focus confirmou que Assad não é a questão. "O Irã está principalmente preocupado com a manutenção do crescente xiita - que inclui os xiitas do Irã, Iraque, Líbano e Síria." É a
História se repetindo.

Não pode ser uma coincidência que essas nações xiitas ocupam o mesmo território antes [em tempos bíblicos] controlado pelo Rei do Norte, assim como o bloco muçulmano sunita ocupa território anteriormente ocupado pelo Rei do Sul.

Embora existam sub-grupos em ambos os lados, os sunitas constituem cerca de 80% da população muçulmana do mundo, com os xiitas compondo os restantes 20%. Muitas pessoas que não estão familiarizados com o Islã não percebem que o relacionamento entre os dois grupos nunca foi amigável, mesmo quando eles parecem ter objetivos comuns. Por exemplo, após a guerra do Líbano de 2006, quando grande parte do mundo árabe comemorava vitória, Osama bin Laden (sunita) criticou publicamente o Hezbollah (xiita) por "precipitar-se" atacando Israel antes do momento certo.

Exemplos atuais de violência sectária pode ser vistos no fato de que, segundo a Gulf News, o Hamas (sunita) perdeu o apoio financeiro do Irã (xiita) por apoiar os rebeldes na Síria contra o governo Assad e foram orientados a mudar de lado se quisessem a ajuda iraniana restaurada.

Além disso, nos EUA há o temor de que 10 anos de "progresso" no Iraque está sendo desfeito pela violência sunita/xiita. O Iraque tem maioria xiita mas vem sendo governado por uma minoria sunita. Os consultores norte-americanos nunca tiveram sucesso em abordar esta questão e estão agora preocupados que em breve o Iraque pode em breve entrar em guerra civil. A maioria dos observadores vêem uma influência iraniana não muito sutil por trás disso.

A rivalidade entre essas duas seitas do Islã remonta à morte de Mohammed, quando houve uma batalha sobre o direito de sucedê-lo que continua até hoje. A maioria de suas crenças são idênticas, mas existem algumas diferenças entre as duas seitas. Por exemplo, ambos acreditam em al Mahdi, mas eles não concordam sobre quem vai ser ou o que vou fazer. Os xiitas acreditam que ele é o 12 º Imam, que aparecerá em um momento de grande crises mundial para estabelecer o califado islâmico, ou o Reino, e impor a conversão para o Islã em todo o mundo. Os Sunitas acreditam que ele irá reavivar a fé, mas não estará necessariamente conectado com o fim dos tempos ou desse mundo. O que significa isso ?

Um número crescente de observadores acreditam que essa rivalidade poderia facilmente se transformar em uma guerra pelo controle islâmico do Oriente Médio, numa repetição da história antiga. Apesar de ambas as seitas terem a captura de Jerusalém como sua meta final, cada uma quer ser o grupo que vai fazer isso, e eles estão aparentemente dispostos a lutar entre si pelo privilégio. Vem à mente aqui um ditado beduíno, que diz: " eu contra o meu irmão, meus irmãos e eu contra os meus parentes, e aí eu e meus parentes contra os estranhos".

É claro que qualquer pessoa familiarizada com os anos de conflito entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte sabe que a violência sectária não é exclusiva do Islamismo. Mas o que levaria ambos sunitas e xiitas a atacarem o anti-Cristo como profetizou Daniel claramente em Daniel 11:40? Especialmente se, como acredito, o Islã será a religião do fim dos tempos e Al Mahdi virá provavelmente a ser o anti-Cristo [ou seu falso profeta]?

Poderíamos entender assim, que a diferença de opinião entre as duas seitas islâmicas sobre quem será o Al Mahdi poderia causar uma delas a se opor a ele, mas o que poderia causar ambas a fazê-lo ?

Acho que a Bíblia nos dá a resposta.

"Ele [o homem do pecado, o filho da perdição] se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou se adora, de modo que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus." (2 Ts 2:04 )

"E os dez chifres que viste na Besta são os que odiarão a prostituta. E a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, pois eles vão comer a sua carne, e a queimarão no fogo." (Ap 17:16)

Satanás sempre usou a necessidade que o homem tem de uma religião para ajudá-lo a alcançar seu objetivo de dominar o mundo, mas, eventualmente, ele terá que se fazer o único objeto de culto, livre de qualquer sistema religioso. E, assim como os judeus foram incitados a assassinato quando Jesus afirmou ser Deus, também esses reis islâmicos se indignarão quando aquele que pensaram ser o prometido servo de Alá fizer a afirmação de que ele, na verdade, é Alá.

No Islã não há um ditado que diz : "Deus não foi gerado nem gera". Quando o anti-Cristo proclamar-se Deus, estará cometendo blasfêmia contra ambos, Deus e Alá. E quando ele e seus 10 Reis se movimentarem para destruir o Islã, é fácil ver como os Reis do Norte e do Sul, com seus enormes exércitos sob seu comando, poderiam esquecer suas diferenças e se unir contra ele.

Estudantes de história bíblica vai reconhecer neste cenário uma estratégia freqüentemente empregada por Deus, de dirigir seus inimigos uns contra os outros. Podemos encontrá-la em Jz 7:22, 1 Sam 14:20, 2 Chron 20:23 , Ez 38:21 e Zc 14:13.

É claro que há muita água para passar debaixo da ponte entre onde estamos agora e o cumprimento da profecia em Daniel 11:40. Felizmente a verdeira Igreja de Cristo não estará aqui durante uma boa parte desse fluir. Meu objetivo é alertar o leitor para a possibilidade de que mais um sinal dos tempos do fim pode estar em estágios iniciais de realização. Porque cada sinal dos tempos que vemos reforça a nossa convicção de que estamos vivendo nos tempos desses sinais.

Você quase pode ouvir os passos do Messias voltando.